quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Os dias




Tenho medo de esquecer o infinito
De não ouvir o som dos teus passos
Não tenho medo da morte
Tenho sim da transformação
Na exaltação que molda o ser

Todos os meus medos são grão de areia
Que o vento se afoita a repartir
Pelo deserto de um quinhão
Há uma mão que passa e semeia
Brumas e evasão
E as horas, quietas a rir

Assim cortam os dias uma espera tresloucada
Que tragas a alegria à minha alma cansada
Mas os pássaros tardam em voltar
Nem o sol os consegue chamar

Tenho pena daquilo que sou
Saudades do que já fui
Quem a essência moldou
Do sonho para sempre se exclui

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Além Vida




Saudade de um tempo de ilusão
Mão na mão coração embriagado
Cara de espanto, olhar vidrado
Saudade vaidosa, enganosa seriedade

Quando o coração amolece com o canto da cotovia
E o olhar enaltece o nublado do dia, as horas tardam
Numa distância circunscrita á vontade infernal
De crer, viver, até morrer por um amor fatal
Tardam então as visões, o que um dia pode acabar
Gastam-se palavras, caricias, aconchegos, saciam
Os dias atrás dos dias repletos de fantasia

Saudade de um tempo que já foi ímpar
O que foi não voltará, contudo ficou
O meu e o teu imaginário singular
E o amor esse no sempre perdurará

Além céu, além vida e assim se vincou.