sábado, 14 de abril de 2012

Vendaval


Gosto do silêncio inacabado
Quebrado pelo Clave compassado
Semibreve um raio de sol seduz o tempo
Breve e longo contratempo
Num sossego pautado pelo esquecimento

Fechada em mim quem sou afinal
Na orla da inquietação não há resposta
Contestação precisa e imposta
Passam os dias onde está o mal

O meu pensamento consente
A penúria que sente um coração retraído
Faz tanto tempo que o tempo vivido
Evaporou-se na exaltada corrente

Gosto do silêncio inacabado
Pautado pela música glaciar
Inesperadamente quebrado
Pelo meu pensar

Quem sou afinal
Sou como folha amarelecida
Arrastada no vendaval
Que ali fica, a um canto esquecida.

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